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Um Campo Aberto

…À CANNABIS

por Clarissa Gomes, Débora Duque, Gustavo Maia, Mykaela Plotkin e Sofia Costa

foto por Clarissa Gomes

Ao se mergulhar na realidade da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não há como evitar a discussão em torno do consumo de drogas. As facilidades que a infra-estrutura do campus oferece parecem atrair os estudantes para o uso de substâncias ilícitas, principalmente a maconha. Seja no estacionamento do CAC ou do CFCH, na caixa d’água, nos bares vizinhos ou no Lago do Cavoco, o “laguinho”, o que não falta são lugares onde, muito raramente, aparece alguém para incomodar.

Aluno da UFPE enrola cigarro de maconha para quem quiser ver

“O lugar da faculdade é pra ensino, mas se usam [drogas]…”, diz Bruno Nery, 20, estudante do curso de História na UFPE. Gabriela Pacheco, 20 anos, aluna de Fonoaudiologia, também acha que o local não é o ideal para a prática. “Se querem, por que não vão fumar em casa, ou em outro lugar?”, indaga. Para um estudante de comunicação que prefere não se identificar, as inúmeras facilidades explicam a escolha do local de consumo. “Por ser repleto de áreas abertas, muitas vezes desocupadas, a Federal é uma espécie de paraíso fiscal”, diz ele, fazendo uma associação entre o tamanho da faculdade e a facilidade do uso de entorpecentes.

Os principais pontos de encontro são o CAC e o CFCH, onde o uso é praticamente naturalizado. Lá, o costume instituído parece superar a lei, o que não se dá com mesma freqüência nos demais centros, daí a rotulação desses espaços como ‘zonas de livre consumo’. Alguns alunos se incomodam com a pressão gerada por esse tipo de taxação. “Não é porque estou na faculdade e faço Filosofia que preciso de algo que me faça viajar. Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, diz Julia, quando se espantam ao saber que ela nunca fumou e não tem curiosidade de fazê-lo.

Nas palavras, no mínimo, controversas de Lucas Fantini, 20, estudante de física, “o CAC é uma zona, é o lugar mais escroto da face da terra.” Bruno, 21, estudante de História, fala de um amigo que cheirava cola de sapateiro no pátio do cento. “O pessoal ficava conversando naquele montinhos que têm uma planta no meio e colocavam a cola lá dentro. O povo ficava lá, fingindo que estava estudando”, conta.

Os eventos universitários, como as calouradas e o “Domingo no Campus”, são citados como dias nos quais o consumo aumenta, já que chegam pessoas de fora e mesmo os alunos que não costumam fumar aderem à idéia. Um aluno de Serviço Social explica que, em grupo, há uma espécie de cumplicidade compartilhada, o que gera segurança na hora de acender um baseado. “Por estarmos em um ambiente no qual quase todos estão fazendo o mesmo, apesar desse mesmo ser ilegal, nos sentimos mais confortáveis e o medo de sermos pegos parece ficar mais distante”, diz. É a “consciência coletiva”, que dissipa qualquer sentimento de desconforto.

Mas não é apenas nas festas que estudantes de fora freqüentam a universidade para fumar. Um estudante de Letras fuma maconha de duas a quatro vezes por semana nas redondezas do CAC e afirma já ter ido à Federal com amigos de outras instituições de ensino em um fim de semana, “pois o pessoal estava afim de um lugar tranqüilo”. Entretanto, diz que isso não é prática comum e evita divulgar o “point” para que o campus não se torne um local visado.


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Assim como acontece com a opinião dos alunos,
não há consenso entre os professores sobre o uso de drogas no campus

LEIA A SEGUIR A TRANSCRIÇÃO DE UM DIÁLOGO REAL
ENTRE UMA ALUNA DE HISTÓRIA DA UFPE E SUA MÃE

FilhaMãe, posso ir numa rave depois de amanhã?
MãeClaro que não! Rave é lugar de drogado… Não quero minha filha metida num ambiente de drogas.
FilhaAmbiente de drogas? Vá comigo um dia pra federal e você vai ver o que é ambiente de drogas… O pessoal fica fumando maconha lá na frente do CAC e no CFCH o dia todo.
MãeMas maconha é outra coisa…

VOCÊ CONCORDA COM O QUE DISSE A MÃE DA ALUNA?
MACONHA É OUTRA COISA?
CLIQUE AQUI E OPINE.

5 Respostas

  1. A UFPE como muitas outras universidades públicas do Brasil são uma zona (boca de fumo e “motel”).
    Como sugestão vocês podem fazer uma materia sobre as áreas abertas, centros e points que praticam sexo na UFPE, pois essas áreas são bastantes disputadas para tais e o público vai perceber que a realidade não é tão diferente quanto a das drogas.

    Bem antes de ser estudante da UFPE fui informado que a mesma é um motel e “legalize” (uso de drogas).

  2. Vocês estão de parabéns!!!! muito bom! continuem assim!!!

  3. (“Não é porque estou na faculdade e faço Filosofia que preciso de algo que me faça viajar. Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, diz Julia, quando se espantam ao saber que ela nunca…)

    Quem é Júlia? Faltou dizer isso na matéria. Que, por sinal, tá legal, mas faltou um pouco mais de substância [sem trocadilhos]. De conteúdo, sabe? O texto ficou muito focado em algumas citações de algumas pessoas.

    Mas cês tão indo bem, gurizada. Daqui a pouco eu leio as outras matérias. 🙂

  4. Muito legal o blog!!! Interessante, leitura agradável…pode crer que vou divulgar.

    Só concordo com o que foi dito acima: podia ter um pouco mais de informação e também um cuidado com os comentários. Entendo a tentativa de não tomar posição, afinal vcs precisam pelo menos tentar serem imparciais, mas deixar muito descritivo, sem crítica, acaba fazendo com que a posição dos entrevistados pareça a de vcs, e dá espaço para generalizações, estereótipos.

    Mais uma vez, parabéns!

  5. tão ridículo que não merece nem comentários.
    Adolescente conservadro eu tô até acostumado, mas nunca vou deixar de achar estranho..

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