• Campo aberto

    Cannabis no campus Nossos repórteres percorreram o campus e não tiveram dificuldade em se deparar com o consumo, a olhos vistos, de maconha nos limites da Universidade. Confira a reportagem aqui.
  • Ecos de ’68

    Mesmo com cursos há meses sem representação e com o eterno embate filiados x não-filiados, movimento estudantil (re)acende a veia política de estudantes que nunca se imaginaram em posição de liderança. Aqui.
  • Emergência

    Hospital das Cl�nicas Referência em Cirurgia da Obesidade e Cardíaca, Transplantes e Gestação de Alto Risco, o Hospital das Clínicas da UFPE é vital para os estudantes da área de saúde, mas não atua no atendimento a alunos. Saiba o porquê.
  • “Xerocando”

    Xerox ou fotocópia?Ilegal ou legítimo? Um estudante fotocopia, em média, mil páginas de livros por cada semestre. Entenda como a marca Xerox virou verbo e substantivo na gramática estudantil da UFPE
  • Multimídia

    Acesse aqui os vídeos, fotos e áudios produzidos durante as reportagens
  • 12345

    Saiba com quantas horas de gravação, solas de sapato, chás de cadeira e bloquinhos de anotação se faz uma reportagem. A gente não gosta de matemática, mas contabilizou tudo!
  • Falem mal, mas falem de nós

  • Passaram por aqui

    • 87.690 hits

Estudar na capital ficou mais fácil

Prefeituras disponibilizam ônibus que trazem alunos para estudarem em universidades localizadas no Recife

Por Juliana Albuquerque (jubi_mel@hotmail.com)

Quem passa por uma das paradas localizadas no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife, pode não entender o porquê de objetos – como lápis, caderno e bolsas – estarem na calçada, organizados em fila. De segunda à sexta-feira, a cena se repete na primeira parada da Avenida dos Reitores. É uma tentativa utilizada pelos estudantes oriundos de cidades do interior para garantir um assento nos ônibus que as prefeituras municipais disponibilizam para que eles possam ir e vir todos os dias. A iniciativa dos gestores municipais facilita o acesso de alunos a universidades localizadas no Recife, principalmente os mais carentes.

“Se não tivesse o transporte oferecido pela prefeitura, eu teria que gastar todos os dias R$ 6,60, para chegar à universidade, o que, por mês, daria R$ 132. O dinheiro que eu economizo já dar para investir em outras coisas, como livros”, relata o estudante do 6° período de licenciatura em música na UFPE, José Guilherme (21).

De acordo com o setor de operações de segurança da UFPE, ônibus provenientes das cidades de Nazaré da Mata, Carpina, Goiana, Paudalho e Vitória de Santo Antão, localizados na Zona da Mata do Estado, e Moreno, situado no Grande Recife, trazem alunos para o campus da Federal. Para utilizar o serviço, os alunos não pagam nenhuma taxa, precisam apenas se inscrever para que seja elaborada uma carteira de identificação. O secretário de transportes de Nazaré da Mata, Carlos Fernando, ressalta a qualidade do serviço e a importância deste para os alunos que se utilizam do transporte oferecido pela prefeitura. “Os veículos são de primeira qualidade. Antigamente, as pessoas tinham que pagar um ônibus para estudar no Recife. Hoje, não”, pontua.

Todos os dias, Dayvison da Silva Freitas (21) acorda às 4h30, com receio de perder o ônibus que sai de Vitória de Santo Antão às 5h30 com destino à UFPE. Para o estudante do 8º período do curso de História, o tempo que gasta para chegar até a Universidade não é desperdiçado, uma vez que aproveita os 45 minutos para dormir, estudar e conversar com os amigos. “Um dos maiores problemas são os horários em que os ônibus passam para pegar os estudantes à noite na Universidade. Se a aula atrasar, perdemos o ônibus das 18h20 e temos que esperar pelo das 22h. Quem larga nesse horário tem que sair da aula 20 minutos mais cedo. Os motoristas dizem que a gente é que tem que esperar por eles e não o contrário”, conta o estudante.

ESPERA Enquanto o ônibus não chega, Dayvison aproveita para estudar

ESPERA Enquanto o ônibus não chega, Dayvison aproveita para estudar

 

A importância do transporte oferecido aos alunos pelas prefeituras é tanta que na época em que os ônibus de Vitória de Santo Antão pararam, por falta de recursos, muitos alunos quase reprovaram. “Os ônibus pararam em janeiro e julho de 2005 e 2006, só voltaram quando os alunos fizeram um abaixo-assinado e entregaram ao reitor que ligou para o prefeito”, relata Dulcenéia Barbosa (35), estudante do 8º período de pedagogia na UFPE. A universitária conta que, para não perder o período, passou a vir de táxi para as aulas e, depois, conseguiu formar um grupo de alunos para alugar uma Kombi.

Apesar dos benefícios trazidos aos alunos com o transporte gratuito, muitos estudantes reclamam da superlotação, da falta de segurança nas estradas, da estrutura dos veículos e dos locais no campus da UFPE em que os alunos esperam o transporte. “O ônibus têm 50 lugares, mas geralmente vão 100 pessoas. Se você tirar o pé não tem mais como colocar de volta de tão lotado que está, além de não ter cinto de segurança”, afirma Dulcenéia.

LUGAR  Na tentativa de conseguir o melhor lugar no ônibus, alunos formam filas improvisadas com objetos

LUGAR  Na tentativa de conseguir o melhor lugar no ônibus, alunos formam filas improvisadas com objetos

 

Diante da queixa dos alunos, o diretor de transportes de Vitória de Santo Antão, João Bosco Alves, diz que a prefeitura do município está providenciando mais dois ônibus e que todos os nove veículos disponibilizados são bem equipados. “Não tem nenhuma prefeitura no Estado que ofereça nove ônibus aos estudantes universitários, e todos são equipados segundo as exigências da Polícia Rodoviária. O problema é que o número de alunos aumentou muito, mas já estamos providenciando a chegada de mais dois ônibus”, promete.

 

 

Cidades*

Ônibus**

Alunos (média)

Horário (de saída das cidades)

Carpina

6

800

5h30/ 11h30/ 17h30

Moreno

2

Não foi disponibilizado

Não foi disponibilizado

Paudalho

2

100

17h

Nazaré da Mata

2

100

16h

Vitória de Santo Antão

9

100 ( por viagem)

5h30/ 11h30/ 17h

*A equipe de reportagem não conseguiu entrar em contato com a Prefeitura de Goiana.

** Os ônibus trazem alunos não apenas para a UFPE, mas também para universidades particulares do Recife.

Voltar à matéria principal

Deixe um comentário